O processo de auto-iluminação nos permite colocar, no lugar mais reservado de nosso ser, a realização do destino pessoal em consonância com os objetivos divinos. Descobrir como encaixar o que fazemos e queremos da Vida com aquilo que acreditamos que sejam os desígnios do Criador, é fundamental na evolução do ser humano. A luz de nossa essência interior deverá brilhar a fim de que se realize em nós a presença de Deus. O ser humano é simultaneamente material e espiritual, pois, se sua origem e raízes estão na Terra, sua destinação e essência se encontram nas estrelas. No processo de auto-iluminação, após vencidas as barreiras dos processos anteriores, deve-se buscar o estado permanente de paz e harmonia interior e exterior. Isso ocorre quando, além de descobrirmos o sentido da Vida, vamos em busca de novos e maiores objetivos. Nesse estado o indivíduo consegue ser feliz como é, visto que se percebe ainda em processo. Nesse processo de auto-iluminação as dificuldades de compreensão do significado do espiritual já não existem. As dúvidas e resistências em aceitar a realidade espiritual já 95 não perseguem a consciência. O indivíduo possui uma vivência espiritual adequada à sua tarefa no mundo, sem os medos e receios característicos de fases anteriores de sua vida. A vivência é verdadeira e positiva, na medida que traz benefícios pessoais e coletivos. O contato com o espiritual é simples e sem os complexos mecanismos de defesa anteriormente utilizados. Torna-se possível estabelecer uma relação madura com o espiritual, sem modismo, sem pieguice, e sem subserviência. O espiritual passa a ser o natural na vida do indivíduo, não existindo distância com o material, pois são faces de uma mesma realidade que se complementam para o aprendizado humano. Nesse processo, o indivíduo percebe a Vida como um fluir constante em que ele é o principal personagem da grande história de sua vida. Ele percebe a Vida como uma melodia permanente, sob o som da qual ele dança a própria Vida, adaptando seu ritmo. A dança da Vida é o viver éticamente buscando realizar o próprio sentido presente nas experiências vividas. O indivíduo durante o processo de auto-iluminação consegue aprender a arte de ser positivo diante de dificuldades, sem o otimismo superficial de quem quer esquecer conflitos sem entender-lhes as causas. Ele consegue entrar em contato direto com o que o incomoda, buscando extrair aspectos das leis de Deus durante a execução de estratégias para sua solução. Questiona-se sempre sobre o que deve aprender com as dificuldades que atravessa, visto que sabe não estar livre de vivenciar dificuldades, tampouco incomoda-se em solucioná-las sob tensão, considerando-as aspectos inerentes ao viver. Sabe adiar recompensas, buscando sentir a Vida a partir das experiências mais simples, sabendo extrair delas o que de melhor possam oferecer. O processo de auto-iluminação geralmente leva o indivíduo a certo destaque em seu grupo ou segmento social, evidenciando e expondo sua vida e suas atitudes perante seus pares. Neste processo o indivíduo tem consciência de como sua vida influencia a de outros, atentando para a descoberta de como viver a própria vida sem necessariamente atender aos anseios coletivos, nem tampouco desprezá-los. Sua vida pública torna-se extensão de sua vida privada, sem que perca sua autonomia. Sua filosofia de vida é perfeitamente coerente com as normas sociais e com os princípios morais de todas as religiões. Sua vida e seu trabalho, além de atender suas necessidades pessoais, permitem-lhe auxiliar e elevar moral e espiritualmente a sociedade em que vive. Possui uma certeza interna inamovível que o determina a realizar sempre, motivando-o ao trabalho. Essa certeza interna é uma espécie de mito pessoal transcendente, como uma crença íntima. Tal certeza é quase intraduzível, pois se situa além do tempo e do espaço, identificando-se com a presença interna de Deus na alma humana. É uma certeza que vai além das certezas e incertezas, onde nenhuma dúvida penetra. É uma espécie de dogma pessoal. Como exemplo podemos ver a seguinte afirmação: “Sou um ser indestrutível e meu destino me pertence. Vou construí-lo com amor e sabedoria.” É uma simples frase que, se colocada como certeza interna, passa a ter força diante de qualquer desafio externo. Não é uma crença externa, nem uma confissão de fé ou demonstração de princípios religiosos. É um dínamo interno gerador de movimento para a Vida.
No processo de auto-iluminação o indivíduo tem um permanente diálogo com Deus, seja através da oração ou de atitudes diretamente concorrentes aos Seus desígnios. Esse diálogo é tão sutil que se confunde com um monólogo psíquico interno. É seu alimento diário e constante, pois tem nessa comunicação sua permanente conexão com Deus, que lhe dá a certeza de Sua existência. Sente-se feliz por existir e por estar realizando a própria vida, independente das circunstâncias aversivas ou não que atravesse, tendo a felicidade como um estado de espírito permanente. O desejo e a vontade se constituem na própria essência do espírito, sendo conseqüência de sua existência. Pertencem à esfera mais íntima da individualidade. Freqüentemente permitimos que eles se contaminem pelas necessidades artificiais do ego. É salutar que não tenhamos desejos contaminados, porém é pouco provável que não possamos tê-los, visto que, embora partam da intimidade do espírito, são influenciados tanto pelo ego quanto pelo inconsciente. O indivíduo no processo de auto-iluminação consegue que seus desejos sejam materializados na medida que os situa acima de interesses pessoais egóicos, portanto suas realizações atendem a seu Self e à coletividade. Estar no processo de auto-iluminação não quer dizer que o indivíduo possua poderes especiais, pois os que os têm, e utilizam para o bem comum, necessitam dessa prática para fazer prevalecer sua mensagem coletiva. Tais poderes especiais, mediúnicos ou não, se tornam valiosos instrumentos de penetração de sua mensagem pessoal para a sociedade dos que precisam ver para crer.
Os dotes especiais, adquiridos ao longo das vidas sucessivas, conseqüência natural do uso adequado que fizeram, são habilidades que serão colocadas a serviço do Self, no seu desejo de realização. Ter tais dotes especiais não implica em evolução, mas muitas vezes em necessidade cármica, sem a qual não haveria possibilidade de sucesso na investida reencarnatória. No processo de auto-iluminação o indivíduo percebe que há leis gerais da Vida, às quais ele aprende a internalizar para seu próprio progresso. A integração do aprendizado dessas leis cada vez mais o capacitam a viver no mundo e a ensinar ao mundo sua utilização. São leis gerais da Vida para que a própria Vida se realize através do ser humano. É nessa fase que as companhias espirituais amigas se tornam mais evidentes e o contato com antepassados favorece o desenvolvimento de mais realizações na vida. O indivíduo descobre como agem seus guias, bem como desenvolve a habilidade de entender seu próprio guia interior, o Self. Algumas pessoas têm como referencial um espírito guia ou uma voz interior. A essa voz ou a esse guia pode-se atribuir características diversas como a uma personalidade. Deve-se procurar atribuir-lhe boas qualidades, como por exemplo: equilibrado, harmônico, amoroso, disciplinado, altruísta, idealista, otimista, entusiasmado, econômico, sincero, humilde, determinado, discreto, despachado, alegre, inteligente, incentivador, criativo, compreensivo, compassivo, etc. Esse procedimento nos auxilia a sintonizar com os bons espíritos. O indivíduo em processo de iluminação não anda buscando gurus ou mestres externos, visto que já percebe os conteúdos das próprias projeções e das limitações das pessoas que já alcançaram um grau mais elevado de realização e que ainda se encontram vinculados a atividades que exigem atitudes comuns. O guia externo é necessário até certo ponto da caminhada, quando ainda não se percebe espírito. Quando o ego se identifica com os propósitos do Self, o guru externo é dispensável. A adoção de um mestre ou guru não prejudica a ação do Self, pois não há mais projeção, mas respeito pelo outro. No processo de iluminação interior o indivíduo descobre a liberdade como compromisso consigo mesmo e com Deus. Sua liberdade é exercida sem qualquer preocupação com as prisões externas, visto que mantém o coração e a consciência disponíveis para suas próprias escolhas. Nada o prende nem o limita no sentido psicológico, face à sua capacidade de adaptar-se às contingências externas sem alterar seu rumo. Possui a liberdade de ser aquilo que se determinou sem as influências externas, porém respeitando-as. Adquire a consciência de existir a partir da percepção da vontade divina, cuja certeza é alimentada pelas realizações que leva a efeito no campo do bem, do amor e da paz. A consciência da existência não é apenas um dado decorrente da razão, mas sobretudo do sentimento de unidade com o divino. Nesse processo, o indivíduo se sente integrado ao universo como elemento participante dos eventos da Vida. O sentimento de integração lhe permite acreditar no futuro, na transcendência da Vida, na realidade de Deus e nas possibilidades de felicidade. Sente o amor em plenitude, visto que materializa-o através da construção de um mundo melhor. Sua vida é dedicada à realização de si mesmo e de 100 uma sociedade mais harmônica e feliz, onde o ser humano seja reconhecido como espírito imortal.
O iluminado não é o santo, o religioso, mas o consciente de Deus, de si mesmo e de seu destino. É o ser que ama tendo o amor como sentimento que o une ao universo. É o ser que, integrado aos objetivos divinos, manifesta-os em suas realizações sem se ausentar do mundo. O iluminado não é o diferente, mas o que se iguala para realizar sua própria singularidade. Ele nem sempre está nas hostes religiosas, nem nos templos erigidos pelos homens, nem tampouco tem assento garantido nos poderes mundanos, mas se encontra no mundo, servindo a Deus junto aos seres humanos. Seu lugar é ao lado, compartilhando, crescendo junto, implicando-se e envolvendo-se com as pessoas de sua convivência. Onde existir oportunidade de colocar-se a serviço do próximo, aí ele se fará presente. O indivíduo iluminado sabe que sua capacidade de curar o outro não é ilimitada, muito mais que não é ele o curador. Tem consciência de que, no seu mister de auxiliar o próximo é apenas instrumento divino no processo do outro. Compraz-se em se colocar a serviço da Vida no momento em que o outro lhe projetou a capacidade de curá- lo. É cidadão do mundo e vive como todos. Eleva-se acima de todos mantendo-se ao lado. Ilumina a quantos passem no seu caminho por receber a luz de todos. É respeitado pelo respeito que tem a todos. É amado por amar, sem exigir retribuição. A auto-iluminação é o estado interior de paz consciente, de harmonia contagiante, de autodeterminação e integração com o Universo e com Deus. É a consciência de si mesmo como espírito imortal, individualizado e plenamente consciente do sentido da Vida.
Lidando com nossos problemas
A primeira e grande observação de magna importância para a compreensão e solução de problemas é que eles pertencem e são causados pela própria pessoa que os tem. Isto é fundamental: seu problema é seu e ninguém é diretamente responsável por ele a não ser você mesmo. Essa colocação não retira o papel das influências espirituais na base daqueles problemas e isso iremos tratar adiante. Indiretamente vários fatores concorrem para que eles existam. Mesmo aqueles que são diretamente provocados por outras pessoas ou pela própria vida (pelo destino), têm suas causas em aspectos desconhecidos ou negados de nossa personalidade, aí incluindo causas oriundas de atitudes de outras vidas. Essa compreensão é fundamental para o estabelecimento de estratégias para a saída deles. Em segundo lugar devemos aplicar a regra da resignificação, isto é, nada é totalmente como pensamos que seja. O significado ou a leitura que fazemos de um conflito pode ser completamente diferente da realidade. Um novo significado pode ser de grande ajuda para a solução dele. Para essa nova visão temos que recorrer a alguém que nos possibilite essa outra percepção e que não seja parte do problema. Quando assim procedemos estaremos ampliando nossa própria visão a partir das percepções de alguém. Por estarmos vivendo o problema perdemos, muitas vezes, a visão de conjunto, o que nos impede de estabelecermos cenários alternativos de soluções. Em terceiro lugar devemos aplicar a regra da solucionabilidade, isto é, nada é insolúvel e não há problema algum que já não tenha se passado com alguém. Isso possibilita a certeza de que há algo mais além de se estar atravessando aquele determinado problema que, certamente, tem solução. Aquele problema surgiu em minha vida como uma forma de ensinar-me algo que ainda desconheço. A solução pode estar mais próxima do que imaginamos e ao alcance de nossas possibilidades. Em quarto lugar, é importante que eu o enfrente, e, para isso, é preciso conhecê-lo bem, procurando entender todas as forças que concorrem para que se torne um problema em mim. Devo verificar se suas causas não se encontram em outras vidas, a partir da percepção de mim mesmo, de minha infância, adolescência e vida adulta. Caso constate que se trata de algo que venha de outra vida, devo evitar repetir o equívoco que cometi não me permitindo deixar de resolver o conflito. Em quinto, o tempo está a meu favor e não devo desesperar-me em busca de soluções mágicas e imediatas. Muitos dos problemas se resolvem com paciência e determinação, permitindo-se que o tempo atue junto aos fatores determinantes. Sem pressa, porém sem esquecer de buscar alternativas para a solução do conflito. Em sexto, ter consciência das influências espirituais que atuam na grande maioria dos conflitos humanos. De um lado, as influências obsessivas, negativas, que atrapalham sobremaneira uma solução ou um desfecho favorável, cujos fatores predisponentes se encontram em vínculos cármicos de vidas passadas. Por esse lado devemos recorrer aos mecanismos conscientes de defesa psíquica, tais como, o passe, a leitura edificante, e, sobretudo, a oração. Do outro lado temos as influências positivas que favorecem nossa percepção das alternativas que melhor nos permitam tirar lições por entre os problemas que nos compete resolver. As influências positivas são muito mais abundantes que as negativas, visto que, aliadas aos bons espíritos, as leis de Deus conspiram a favor do ser humano.
Em resumo:
1. O problema é meu e fui eu quem proporcionou sua existência e devo tentar enxergar as ocorrências da Vida como elas são, aprendendo a assumir minhas responsabilidades, não culpando a ninguém nem a mim mesmo;
2. Posso vê-lo de outra forma desde que saia da posição egóica em que me situo, tentando entendê-lo a partir de outro referencial;
3. Ele é solucionável e está a meu alcance a saída, sendo de minha responsabilidade verificar o que me compete fazer no momento;
4. Devo conhecê-lo bem para enfrentá-lo, sem relegá-lo ao esquecimento, nem tampouco reagir imediatamente a ele, movido pela emoção descontrolada;
5. Ao procurar a solução devo buscar agir sem ferir a ninguém nem colocar-me como vítima. Devo 104 procurar não lutar contra as pessoas, mas agir em favor de mim mesmo, sem precisar atacar para defender-me;
6. O tempo está a meu favor, pois a paciência é uma virtude desejável em todos os momentos;
7. Minha determinação, os bons espíritos e Deus são forças que conspiram a meu favor, independente do contrário;
8. Devo sempre perguntar-me por que estou passando por esse problema.
Existem vários conflitos que afligem o ser humano e que, muitas vezes, atrapalham sua marcha evolutiva, muito embora lhe acrescentem algumas lições em sua jornada. São problemas comuns e que vão se modificando a cada época de nossa história, mas que merecem atenção e cuidado na busca de soluções. A grosso modo podem ser vistos sob diferentes ângulos, porém cada pessoa atravessará seu problema de forma particular e, por esse motivo, deve-se buscar formas específicas de resolvê-los, entendendo-se que o mesmo problema em pessoas diferentes terá, necessariamente, soluções distintas. O ser humano é singular e seus problemas são, da mesma forma, singulares e exigem modos distintos de compreensão e solução. Durante muito tempo aprendemos que as atitudes sociais, em respeito à boa educação, deveriam concorrer para que os indivíduos mostrassem sua índole e caráter. Eles deveriam: aparentar segurança, não manifestar emoções e, muito menos, confidenciar seus problemas. O resultado disto é uma sociedade altamente inibida e que manifesta seus problemas íntimos através das doenças do corpo e, principalmente, doenças psíquicas. A alternativa é desabafar, chorar, pedir ajuda, contar e expressar suas emoções e problemas. Aprender a confessar, buscando ser verdadeiro em suas palavras, sentimentos e atitudes. Diante daquilo que não conseguimos entender devemos tomar algumas atitudes que possam nos retirar do marasmo e da inércia. Vejamos alguns dos problemas humanos e como podemos lidar com eles.
Depressão
Este é um mal que assola o ser humano de forma persistente e que tem levado muitas pessoas à inércia e ao desespero. Ela é fruto da mente que se vicia em pensar em circuito fechado, não conseguindo enxergar além das fronteiras do ego a possibilidade de sair do conflito. Geralmente a doença consegue afastar seu portador das pessoas que mais ama, às vezes, culpando-lhes pelo próprio abandono em que se situou. Ela se inicia muitas vezes com a baixa de auto-estima e com a sensação de rejeição ou de abandono. A solidão é outro fator que colabora para que a depressão possa se instalar. Todo ser humano necessita de outro em seu convívio. Quando isso não ocorre ou se demora a ocorrer, poderemos abrigar a depressão. Ela permite que a energia psíquica, destinada à Vida, seja dirigida para o mundo interior do deprimido que se encontra em circuito fechado. É, na verdade, um suicídio da própria mente, que não vê outra alternativa senão isolar-se em si mesmo. Para sair da depressão é preciso re-significar seu próprio conflito, pois ninguém há que possa enxergar um problema sob todos os ângulos possíveis. É preciso reverter o fluxo de energia para o mundo das realizações e do concreto. A saída da depressão, na maioria das vezes, requer auxílio especializado, psicológico e, às vezes, espiritual. A energia psíquica que, por alguma razão, regrediu ao inconsciente e ali ficou retida, necessita encontrar escoadouro adequado para voltar à consciência. Para o deprimido, nada há no mundo que lhe desperte o interesse. Toda a sua motivação, sua disposição para viver e alterar o ambiente a sua volta pareceu ter desaparecido e a pessoa se vê prisioneira num enorme vazio, onde nada tem sentido. Esse vazio dá lugar a processos obsessivos de difícil solução. Tratar da depressão passa pela revisão do que causou tal regressão psíquica e pela descoberta de novos valores que possam re-significar tais acontecimentos. É um processo de abrir-se para conhecer, sem preconceitos, o próprio inconsciente, identificando as dores nele represadas e favorecendo uma adequada liberação, para posteriormente reencontrar-se com a motivação perdida. O deprimido é aquele que se dissociou do sentido que fundamenta sua vida. Diante da depressão é importante considerar que sua causa poderá estar bem próxima da consciência do indivíduo e que ninguém mais do que o próprio terá condições de resolver seu conflito sem enfrentá-lo decididamente. Quando assim o fazermos não haverá perdas nem derrotas, mas aquisição de experiência para que se possa enfrentar outros revezes que venham a acontecer.
Separação
As separações matrimoniais são produtos deste século, visto que vieram ter sua legalização, na maioria dos países, a partir da Segunda Guerra Mundial. Seus motivos são vários, sendo que a grande maioria deles se relaciona às projeções dos parceiros que criaram expectativas quanto ao comportamento de seus pares e não foram correspondidos. Foram uniões parciais, pois que não havia o conhecimento efetivo do outro, face ao desejo, à paixão e às exigências sociais de relacionamento. Muitas foram uniões inconseqüentes, sem o devido preparo prévio, ao sabor da volúpia e da necessidade social de se unir a alguém, em que o planejamento reencarnatório ficara em segundo plano. Diante do rompimento da união matrimonial, deve cada um dos parceiros aproveitar para uma auto-análise a fim de não repetir os equívocos de lado a lado. A responsabilização do outro, embora seja atitude comum, não contribui para a solução ou percepção de si mesmo no processo. Quem quer que passe pelo problema deve buscar, antes de sua ocorrência, analisar a relação a fim de descobrir antecipadamente as causas que poderiam levar àquele desfecho, tentando erradicá-las antecipadamente. Quando esta percepção ocorre no devido tempo e, mesmo assim, é inevitável a separação, ela acontece com menos traumas. Às vezes, consegue-se evitá-la. Sempre que a relação esteja caminhando para esse desfecho não se deve perder a oportunidade para a descoberta da própria personalidade a fim de resolver-se o problema de forma bem amadurecida. Uma separação provoca o sentimento de derrota e perda, cujas conseqüências nos acompanham por muito tempo, o que nos convida a administrar bem esses sentimentos quando eles ocorrem. Ninguém se casa querendo a separação, portanto não nos preparamos para os sentimentos de perda ou derrota. Eles devem ser vistos como decorrentes de um modo de ver as coisas e de vivenciá-las. Às vezes, eles vêm de outras vidas e continuam a nos incomodar na presente. Administre-os considerando que todos estamos sempre fazendo escolhas que nos levam a perdas e derrotas a cada momento. Não nos damos conta por que colocamos valores mais altos que não nos permitem entrar em contato com os sentimentos negativos. Ganhar e perder faz parte da vida, visto que ela própria nos dá e nos tira a todo momento. Muito embora a união a dois seja importante no processo evolutivo da humanidade, ela não deve ser considerada a realização máxima de um espírito, nem tampouco o grande motivo pelo qual se vive. A Vida é maior que a relação entre duas pessoas. Qualquer pessoa pode reconstruir sua vida independente do problema que tenha atravessado, basta que a re-signifique segundo outra ordem de motivações. Muitas vezes, a separação é um bem que vem em auxílio de alguém que pede ajuda para que seus sofrimentos íntimos se acabem. É imprescindível, a fim de não gerar carma negativo, sair de uma separação sem agredir o outro. Isso se constitui no grande problema, visto que a maioria das separações decorre de brigas e desentendimentos entre os cônjuges. Quando conseguem sair de uma união sem inimizade entre os dois, é uma vitória importante para que não necessitem novamente da prova do casamento, entre eles, numa próxima existência.
Amor não correspondido
Geralmente quem ama deseja ser correspondido. Às vezes, por dificuldade de reconhecer as próprias emoções, se invertem os papéis e a pessoa acredita que ama o outro por ter sido colocada na posição de amado(a). Ser o amado ou a amada de alguém pode provocar a falsa sensação de que se ama o outro. O amor é um sentimento que possui muitas nunces e que nos leva a estados íntimos diversos. Enquanto estamos em processo de desenvolvimento espiritual, vivenciamos as várias formas de amor, a fim de aprendermos o verdadeiro amor, o universal. Pensamos que a Vida se resume em encontrar o amor de nossas vidas, como se existissem metades eternas. Existem enquanto dure a atração entre elas. O amor de nossas vidas é Deus. O grande amor eterno que deve fundamentar e servir de sustentação para a vida é aquele decorrente da percepção de Deus em si próprio. É natural a busca de alguém para compartilhar a existência; relacionar-se faz parte da essência humana. A dificuldade em realizar um amor não correspondido e os desequilíbrios correspondentes exigem uma reflexão cautelosa sobre o direcionamento que está sendo dado ao sentimento. Essa forma de amor pode encobrir outras motivações mais profundas: medo de relacionar-se com alguém possível, necessidade inconsciente de permanecer num papel de vítima diante da vida, preferência por viver em seu próprio mundo fantasioso, porém seguro, onde é permitido projetar os desejos livremente, falta de iniciativa diante de possíveis obstáculos, etc. Penetrar com imparcialidade nos domínios deste amor pode esclarecer sua dinâmica psíquica e a que carência anterior ele atende. O amor não correspondido é a energia que se desprende sem objetividade, e que é sugada desnecessáriamente. Mesmo que aquele amor platônico venha a nutrir a vida de alguém, a energia que ele exige poderia ser utilizada a serviço da própria vida da pessoa. Muitas vezes o receio da rejeição impede-nos de declarar nosso amor, principalmente, face à cultura, quando é a mulher que o nutre. Quer como objeto ou sujeito do amor não correspondido, o melhor a fazer é dirigir sua energia para amar àqueles que não o têm, isto é, redirecionando-o para quem sequer pode pedi-lo. Ninguém deve acreditar que temos a obrigação de amar um outro só por causa de seu desejo. O amor é um sentimento espontâneo e ninguém deve obrigar-se a senti-lo por alguém, mas a respeitar quando surja no outro. Caso sintamos forte atração por alguém que não nos pode corresponder ou não sabe de nosso sentimento, devemos procurar dirigir essa energia para o próprio Self. Às vezes, a renúncia a esse amor pode evitar problemas que se prolongariam por várias encarnações.
Disputa profissional
O poder sempre esteve presente nas relações humanas, na maioria das vezes levando o ser humano a esquecer sua própria essência divina. Onde o poder vigora o amor passa longe. É comum nos locais de trabalho encontrarmos desafetos, seja por causa do reencontro de inimigos de outras vidas, seja pela nossa ânsia de poder ou pela ambição de ocupar um lugar de destaque. O fato é que entramos em disputa com alguém, cujos defeitos teimamos em notar e não enxergamos suas qualidades. Não raro, pessoas amigas nos alertam quanto ao perigo que o outro representa e nos trazem suas maquinações e atitudes prestando um desserviço às relações amistosas. São os fofoqueiros de plantão que servem às “sombras” para o desequilíbrio emocional e para a instabilidade e alienação de pessoas ou grupos. Às vezes sentimos o desejo de manter um clima de paz com alguém que passou a ocupar um cargo que pleiteávamos, mas a vaidade e o orgulho nos impedem de aceitarmos o sucesso do outro. Temos que ter a consciência de que, quem quer que ocupe um cargo importante, estará, independente das atitudes que tome, sujeito às projeções da maioria, que o toma como o chefe, por mais que se torne simpático a todos. Será visto como um deus ou como o mais vil dos seres humanos. Sua imagem irá variar de um extremo a outro, a depender de suas atitudes. Caso incomode ou favoreça alguém, receberá o veredicto implacável de tirano ou, paradoxalmente, de benfeitor. O desejo de querer o cargo será salutar na medida que não intentarmos contra o outro que o ocupa, mas trabalharmos para alcançar uma posição compatível com nossa capacidade profissional. É importante que não se concentre o desejo e as energias na busca por um cargo ou uma posição de destaque. A Vida é muito maior do que nossas ambições. Caso alguém tenha lhe tomado o lugar que você acredita ser seu, por direito, considere que você pode estar diante de uma prova que diga respeito à necessidade de manifestar sua humildade. Às vezes, no trabalho, vivenciamos papéis que nos levam a atritos, que nos indispõem com colegas e amigos. É preciso que percebamos que o local de trabalho profissional nos serve de campo de testes para a vida. Muitas inimizades de vidas passadas se reencontram no ambiente profissional, exigindo harmonização. Para merecermos um bom ambiente de trabalho é preciso começar a construí-lo agora. Não devemos perder a oportunidade de vencer a prova da disputa profissional. Evitemos que nossa ambição fale mais alto.
Competição
Competir é um ato natural da vida. Todos competimos nos mais diversos campos de atividades, e, desde a vida animal, o ser humano vem desenvolvendo a habilidade de aprender a competir. Disputamos espaço, oxigênio, atenções, mercados, afetos, amigos, amores, bem como a preferência de Deus. Uma competição é uma busca simultânea por pessoas na direção de alguma vantagem ou vitória, que, se feita de forma desenfreada, muitas vezes, levam ao atropelamento de outras pessoas, perdendo-se o sentido da Vida. O ser humano não pode se permitir esquecer os meios dos quais se utiliza para atingir os fins, por mais nobres que sejam. A meta é competir sem agredir. Caso seja obrigatória a competição, devemos atuar com a solidariedade. Nunca diminuir ou humilhar alguém para obter vantagem em qualquer competição. Nunca esquecer do respeito àquele com o qual, pela sobrevivência, se obriga a competir. A renúncia a derrotar o outro pode se tornar a maior vitória do ser humano. Geralmente as provas que a Vida nos oferece passam pela necessidade de nos perceber em competição; como nos comportamos e quais são nossos sentimentos íntimos diante da competição com alguém ou com grupos. Permitir-se abrigar sentimentos e idéias de superioridade em relação a outra pessoa, o que certamente levará o indivíduo à derrota, visto que ninguém, nenhum ser humano, pode ser superior a outro. Somos filhos do mesmo Pai Criador e portanto descendemos da mesma fonte. Competir sim, porém com equilíbrio e solidariedade, aproveitando as lições que a Vida nos oferece. Há pessoas que já vêm com aptidões formadas de outras vidas, e nascem com a vitória desenhada em sua trajetória, conquistando aquilo a que se determinam. Competem e vencem. Isso provoca em outros que não alcançam o mesmo fim, o sentimento de abandono em relação a Deus. O melhor a fazer é trabalhar para conquistar as mesmas aptidões ou fazer brotar as próprias já conquistadas. Ninguém há que não tenha pelo menos uma aptidão a mostrar e a utilizar em seu benefício ou de outrem. Caso não descubramos alguma aptidão, é o momento de iniciarmos um processo de aquisição de virtudes e capacidades que não se perdem, pois a morte só nos retira aquilo que pertence à terra. As aquisições do espírito são inalienáveis. É preciso saber escolher e saber competir com senso de propósito, sem ferir a ninguém; prevenir-se contra impulsos inferiores oriundos do inconsciente. Alguns questionamentos característicos e que devem ser respondidos por quem entra em competição: O que escolho resulta em felicidade? O que sinto quando estou em competição? Sei perceber quando estou competindo com alguém e uso da solidariedade durante o processo?
Inveja
O sentimento de inveja geralmente decorre da incapacidade de olharmos para nós próprios, preferindo visualizar o outro. Coloca-se em foco o desejo pessoal projetado no outro a quem achamos, às vezes, não merecedor do que cobiçamos. Ela é um sentimento que nasce do complexo de inferioridade, o qual nos obriga à busca de uma posição superior. Na inveja, deseja-se um bem ou a felicidade que alguém possui, provocando o deslocamento da energia não para si mesmo, mas para algo externo. Muitas vezes nos leva a atitudes que tendem a diminuir o outro exatamente pelo complexo inconsciente de se achar inferior. Provoca a fofoca e nos indispõe com as pessoas, obrigando-nos à falsidade. Para fazer face à inveja, quando não resvalamos pela agressividade ao outro, utilizamos mecanismos de compensação, valorizando e, às vezes, supervalorizando aspectos pessoais, minimizando o que cobiçamos. Noutras vezes, desviamos a atenção de quem nos fala para outros assuntos, quando se trata de elogios a alguém a quem invejamos. A inveja pode levar à concorrência, a qual nos faz aperfeiçoar o que fazemos e nos motiva para continuar progredindo. Quando deslocamos a direção de sua energia do complexo de inferioridade para o crescimento espiritual, ela pode nos tirar da inércia e da acomodação profissional e pessoal. Aliada à disposição de crescimento pessoal e coletivo, favorece à união e à cooperatividade. Às vezes, ela tem um caráter positivo, quando nos leva ao aprimoramento e melhoramento da posição que ocupamos em relação ao nosso objeto de desejo. Nesse sentido, pode nos levar a buscar realizar algo melhor do que cobiçamos no outro, e, nisso, elevarmos nossa condição pessoal. Quando o objeto de desejo não é retirado do outro nem se constitui em algo falso ou artificial, galgamos uma posição melhor, graças à energia desencadeada pela inveja. Nesse caso, o indivíduo transformou seu sentido em desejo consciente de aperfeiçoamento, não mais em depreciação da virtude alheia. Quando você se sentir acometido pela inveja, faça-se as seguintes perguntas:
1. O que essa pessoa tem que não tenho?
2. Trata-se de uma qualidade da personalidade, de um adereço estético ou uma condição material?
3. Porque considero isso importante?
4. Esforçar-me para adquirir isso acrescentará algo ao meu caráter?
5. Contribuirá para meu crescimento espiritual a aquisição disso?
Após responder essas perguntas, poderemos redirecionar adequadamente a energia movida pela inveja, desta feita a serviço do Self.
Ciúme
O ciúme nasce da insegurança e promove, também, o deslocamento da energia interna para um objeto externo. Decorre da sensação de rejeição e da idéia de abandono. Ele nos faz sintonizar com nossa sombra inconsciente, favorecendo fantasias e baixa de auto-estima. Conduz, não raro, à desconfiança e ao desentendimento. É alimentado pela falsa imagem que fazemos de nós mesmos e da crença de que o outro é obrigado a nos admirar sempre da mesma maneira. Provoca o surgimento da necessidade de satisfação, da incompletude, reduzindo o bem estar pessoal. Gera dependência e sentimento consciente de inferioridade. Permite a instalação de uma brecha psíquica que condiciona o indivíduo a ter que receber algo como compensação à situação de inferioridade. O ciumento é, em geral, alguém que deseja a atenção maior do outro pela incapacidade de controlá-lo. Geralmente, perdeu o comando sobre seu objeto de atenção, caindo nas armadilhas do ego, que deseja ter tudo sob seu jugo. É uma manifestação do desejo de posse do objeto amado. O ciúme é combatido com o diálogo maduro a respeito da própria insegurança de quem o sente. Quando o ciumento busca, direta ou indiretamente, investigar o motivo de seu sentimento, previamente acusando e questionando o outro, pode provocar a defensiva dele, que assim procederá para não se denunciar, por não estar preparado para admitir sua atitude. Deve-se ter cuidado em qualquer tipo de investigação ou de acusação. Mesmo que o outro tenha dado motivos para que o ciúme alcance a pessoa, é preciso ter cautela para que o sentimento não tome conta do psiquismo de quem o sente, impedindo uma melhor percepção do processo. Calma e observação são importantes quando o ciúme nos assalta para um melhor redirecionamento da energia mobilizada. Há ciúmes amorosos, profissionais e afetivos, todos eles nos colocando em condição de inferioridade, nem sempre consciente. Qualquer que seja a forma de ciúme, é importante não perder o senso de reconhecimento do próprio valor espiritual.
Síndrome de Pânico
Muitas pessoas têm apresentado sintomas diversos, geralmente associados ao medo, pensando ter a chamada síndrome de pânico. Às vezes, se deixam intoxicar por medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, inócuos para os sintomas, por desconhecimento e auto-sugestão, sem ter noção precisa de seu problema. A síndrome de pânico é diagnosticada pelos sintomas abaixo descritos. O diagnóstico preciso se dá quando pelos menos metade dos sintomas abaixo são detectados, sendo que isoladamente nenhum deles torna-se suficiente para caracterizá-la.
1. Medo sem causa aparente;
2. Taquicardias inesperadas;
3. Tonturas;
4. Sensação de abandono e rejeição;
5. Receio da solidão;
6. Impossibilidade de sair à rua sozinho;
7. Suor nas extremidades;
8. Delírios persecutórios;
9. Desconfiança de tudo e de todos;
10. Depressão;
11. Ansiedade;
12. Insegurança;
13. Pensamentos mórbidos;
14. Angústia;
15. Sono intranqüilo;
16. Insônia;
17. Idéias autodestrutivas;
18. Complexo consciente de inferioridade;
19. Inapetência;
20. Obsessões espirituais.
Deve-se resolver o problema por partes, não sendo recomendável tratamento de choque para a cura do pânico. O portador dos sintomas da síndrome de pânico deve buscar auxílio psicológico e espiritual, simultaneamente. Às vezes, quando se busca apenas um deles o problema costuma retornar. Cada um dos sintomas requer estratégias específicas, porém todas elas passam pela necessidade de, sistematicamente, ir-se encarando a dificuldade, avançando passo a passo no enfrentamento do sintoma. Recomendo sempre aos meus pacientes que, por apresentarem alguns dos sintomas, acreditam ter a síndrome, que encarem seus problemas como se estivessem diante do desafio de fazer uma caminhada longa. Para isso, devem aprender a dar o primeiro passo. O segundo será sempre mais fácil. A ajuda para o primeiro pode tornar-se imprescindível, não obstante o perigo de tornar a pessoa dependente, fato comum nos que pensam ter a síndrome. Os fatores que desencadeiam o pânico variam de acordo com cada sintoma. A maioria deles está associada à falta de segurança em si mesma e à carência afetiva. A dificuldade em aceitar suas próprias deficiências e em reconhecer as limitações inerentes ao nível de evolução em que a pessoa se encontra, também são fatores que desencadeiam as sensações do pânico. O fato da pessoa não considerar que suas limitações e dificuldades em resolver seus conflitos são, por si só, um motivo para continuar vivendo, dificulta a saída do processo em que, por falta de estímulos, se envolve. Vive num mundo egóico, esquecendo-se do mundo do Self.
Insegurança
A insegurança é um mal que está na base de outros males, pois decorre da incapacidade de se perceber ligado a Deus, conectado com o Universo. A sensação de não estar vinculado a alguma coisa ou de não ter um referencial em que se possa sentir seguro, promove a insegurança. Quando assim nos sentimos, ativamos outros complexos que possibilitam o surgimento, muitas vezes sutil, dos medos, os quais nos impulsionam a atitudes inadequadas. Ser inseguro é, consciente ou inconscientemente, antever um futuro não muito gratificante, dando lugar ao pensamento pessimista. A insegurança gera a indecisão perante aquilo a que nos achamos incompetentes para realizar. Muitas decisões, por aquele motivo, acabam exigindo uma grande quantidade de energia psíquica por parte do indeciso. Ele se desgasta e continua incapaz de 121 tomar novas decisões, visto que a insegurança permanece latente. O inseguro deve se munir de elementos psicológicos que calcem suas estruturas psíquicas, para que não mais se sinta desligado da grande unidade da Vida. Sentir-se conectado e participante de um macro-processo coletivo de crescimento, possibilita ao indivíduo mais segurança e tranqüilidade para dar seus passos na direção de sua própria evolução espiritual. Estar seguro de si é ter garantias quanto ao seu próprio futuro, de saber que será bem sucedido e que nada lhe acontecerá que não possa suportar ou vencer. É ter confiança na própria capacidade de superar os obstáculos do caminho e da ajuda da própria vida em seu favor, seja através de amigos ou de espíritos desencarnados. Confiar é fiar com, unindo esforços junto a outros que possam contribuir coletivamente com nosso processo e nós com o de cada um deles. Vencer a insegurança é aprender a perder, a lidar com a derrota como uma forma de lição que a Vida nos oferece e a acreditar que amanhã certamente será melhor que hoje. Nesse sentido, o otimismo é desejado ao inseguro, sem que ele perca a percepção da possibilidade de derrota.
Infidelidade conjugal
O problema da infidelidade deve ser colocado na ordem das insatisfações humanas. Quando se é infiel a alguém é por que se está insatisfeito consigo mesmo. Às vezes, pensa-se que a insatisfação é com o outro, porém ela decorre das expectativas criadas, acreditando-se que deveriam ser correspondidas, ou mesmo que o outro é obrigado a atender o que projetamos nele. Em muitos casos, repete-se um padrão de comportamento em face das influências exercidas pela relação que com os pais teve. Às vezes, para atingir o anseio do encontro com uma mulher semelhante à mãe, ou a outra pessoa que lhe tenha atingido o coração, fruto da relação que existiu entre eles no passado reencarnatório, o indivíduo se vê diante de buscá-la a qualquer preço. Semelhante ocorrência pode se dar com a mulher em relação a seu pai ou a alguém que tenha lhe marcado o sentimento em vidas passadas. Assim sendo, mesmo tendo um compromisso, por não se sentir atendido em suas necessidades emocionais, a pessoa vai em busca, muitas vezes de forma insaciável, de outro que lhe atenda. A dificuldade em aceitar o vazio de uma relação ou mesmo a insatisfação com o curso que ela vem tomando, por falta de diálogo, provoca no indivíduo a procura por relações amorosas compensatórias. Muitas vezes a infidelidade não é notada pelo cônjuge face à dificuldade de conhecer realmente quem é o outro com quem convive, e, pela culpa, aquele que é infiel tende a compensar melhorando sua relação marital. O diálogo, e quando efetivamente se ama o outro e se pretende investir na relação, a compreensão do ocorrido, dentre outros fatores, podem fortalecer o relacionamento e evitar a separação. O valor da relação pode superar o trauma da traição e fazer com que ela seja repensada em outras bases. Neste caso, quando há consenso e interesse, a relação continua. Noutros casos, face ao conflito instalado, a separação torna-se inevitável. De qualquer forma, para que não se instale um carma entre ambos, deve-se aprender a diluir as mágoas, permitindo a si próprio e ao outro o refazimento de suas vidas em outras bases relacionais. É fundamental perdoar o outro e seguir a Vida adiante. Quem quer que tenha passado pelo processo de se sentir traído sabe que a primeira coisa em que se pensa é saber quem é o culpado. Porém, o mais adequado a ser feito é olhar para si mesmo e descobrir o que está faltando em sua própria personalidade. Depois, buscar estabelecer um outro tipo de relação com a pessoa com quem convive, autor da infidelidade.
CONTINUA….
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